Copa do Brasil

Maricá é superior ao Guarani, mas vacila no fim e é eliminado da Copa do Brasil

Tsunami manda na partida, mas entrega gol em falha individual

O meia Walber perdeu grande chance ao parar no goleiro Kozlinski ainda no primeiro tempo.
O meia Walber perdeu grande chance ao parar no goleiro Kozlinski ainda no primeiro tempo. |  Foto: Reprodução
 

O futebol é um esporte imprevisível e, por isso, apaixonante. No entanto, às vezes, pode ser cruel - como na tarde desta terça-feira (1º), quando o Maricá foi superior ao Guarani durante toda a partida e acabou eliminado de sua primeira participação na Copa do Brasil. Em falha individual do zagueiro Áthyla, o Bugre fez gol no fim e venceu por 1 a 0.

Debaixo de muito sol, o Maricá começou a partida buscando o campo de ataque. Aproveitando os erros de passe do Guarani, o Tsunami chegou com perigo no contra-ataque aos 2 e aos 3 minutos, com o meia Walber, mas pecou no último toque e não conseguiu finalizar. Os primeiros minutos deram confiança aos maricaenses dentro da partida.

Os paulistas sentiram o início forte do Maricá e cometiam muitos erros no meio-campo. O gramado ruim também atrapalhava o time de Daniel Paulista, prejudicando o bom toque de bola mostrado em alguns momentos do Campeonato Paulista. Na base da vontade, os mandantes seguiam fazendo uma partida melhor nos 10 minutos iniciais.

O primeiro lance concreto de perigo foi aos 14. Rodrigo Fernandes recebeu na direita e virou o jogo para o lateral Luan Gama. Ele girou sobre a marcação e tentou mandar na área. O atacante Carrera subiu mais que a zaga e desviou para o segundo pau, encontrando Walber. O camisa 10 dominou na ponta, cortou para dentro e chutou com efeito por cima do gol.

O Guarani respondeu logo em seguida, aos 15. Júlio César foi lançado na ponta direita e cruzou na pequena área. A bola encontraria perfeitamente o centroavante Lucão do Break, mas o zagueiro Áthyla chegou para cortar, cabeceando por cima do gol para escanteio. Na cobrança, a zaga afastou na primeira trave.

A equipe de São Paulo passou a ficar mais com a bola, buscando armar as jogadas a partir do campo de defesa. Rondando a intermediária em busca de espaços, era nos cruzamentos que o Bugre levava mais perigo. Aos 22, Lucão recebeu na marca do pênalti e tentou finalizar forte, mas acabou travado providencialmente pela defesa.

No contra-ataque, aos 23, o Maricá desperdiçou chance claríssima de abrir o placar. Neto lançou do campo de defesa e Walber partiu completamente livre desde o meio-campo, mas foi abafado pelo goleiro Kozlinski. No rebote, com o gol aberto, Carrera pegou de primeira e isolou por cima da baliza.

Tentando uma pressão, aos 25, Neto foi lançado pelo lado direito, girou sobre o defensor e cruzou na área. O centroavante Carrera tentou um voleio e mandou por cima do gol, mas reclamou ter sido segurado pela marcação. Os comentaristas da transmissão da Sportv foram unânimes em dizer que houve a penalidade não marcada.

Aos 33, nova investida do Tsunami. Jonnes Cardoso avançou pela direita e virou o jogo. Luan Gama tentou a tabela com Neto, mas a zaga afastou - mandando nos pés de Murilo. Ele ajeitou para a canhota e chutou da intermediária, mas a finalização saiu mascada e foi pela linha de fundo, à esquerda da meta de Kozlinski.

Quase um golaço do Maricá aos 38. Carrera foi lançado pelo lado esquerdo, invadiu a área e acabou travado pela defesa na hora da finalização. Na sobra, da linha de fundo, o lateral Luan Gama pegou de primeira e soltou uma bomba, quase encobrindo Kozlinski. Mas o goleiro se recuperou no lance e espalmou para escanteio.

Foi do Guarani a última chance de perigo no primeiro tempo. Júlio César fez boa tabela na direita e cruzou na área. Arthur cortou mal e mandou nos pés de Giovanni Augusto, que rolou para o volante Índio na entrada da área. Pressionado, ele tentou um toque por cobertura e acabou pegando mal na bola, mandando pela linha de fundo.

O Maricá foi muito superior ao Guarani na primeira etapa. Com mais volume de jogo e melhor toque de bola, a equipe soube explorar as deficiências do Guarani e só não foi para o intervalo com a vantagem devido à grande atuação do goleiro Maurício Kozlinski - que evitou pelo menos dois gols claros com ótimas intervenções.

Segundo tempo

Precisando da vitória para avançar à segunda fase da Copa do Brasil, o Maricá voltou com o mesmo ímpeto para a etapa complementar. Logo aos 2 minutos, Luan Gama cobrou falta pelo lado esquerdo e alçou na área. Carrera ajeitou de cabeça para o meio da área e Neto tentou emendar uma bicicleta, mas acabou acertando o rosto do volante Bruno Silva e levou o cartão amarelo.

Aos 4, em cobrança curta de escanteio, Walber devolveu para Luan Gama, que cruzou de primeira, forte, no meio da pequena área. O atacante Carrera chegou a conseguir desviar a bola, mas não conseguiu mandar na direção do gol por centímetros. O lance assustou o sistema defensivo do Bugre e arrancou suspiros das arquibancadas.

O segundo tempo apresentou uma redução no volume de jogo e um aumento na quantidade de faltas. Com o jogo truncado, o Maricá buscava imprimir o mesmo ritmo da primeira etapa - enquanto o Guarani tentava, sem sucesso, segurar mais a bola no campo de ataque. 

Aos 14 minutos, o volante Rodrigo Fernandes, que já tinha amarelo, saiu para a entrada do zagueiro Ronaldo. A alteração fez o Maricá voltar a atuar no esquema com três zagueiros, adiantando os laterais para jogarem como alas - algo já feito por Marcus Alexandre na temporada de 2021. A intenção era voltar a ser perigoso sobretudo nas jogadas de linha de fundo.

O Tsunami voltou a chegar com perigo aos 18 minutos. Em bola cruzada no segundo pau, Carrera dominou pela linha de fundo e cruzou para o outro lado da área. Livre, Walber emendou um bonito voleio, mas acertou nas mãos do goleiro Maurício Kozlinski. Os mandantes seguiam dominando, mas faltava algo mais para o gol da vitória.

O Maricá fez sua segunda alteração aos 22. Uma troca de centroavantes, trocando Carrera por Badola, que renovou seu contrato para mais uma temporada no Tsunami. A troca representava um pouco menos de mobilidade por mais presença de área, sinalizando que a aposta continuaria sendo em cruzamentos e jogo aéreo.

A superioridade do Maricá seguia gritante. Até a parada técnica para hidratação, aos 28 minutos, o Guarani ainda não havia criado oportunidades de gol na segunda etapa. No Elcyr Resende, era possível ouvir xingamentos da pequena torcida presente do Guarani direcionados ao técnico Daniel Paulista - que não vem de boas apresentações.

Aos 34, Marcus Alexandre promoveu mais duas mudanças. O atacante Sérgio substituiu o meia Walber e o lateral-esquerdo Luan Patrik entrou na vaga do zagueiro Júlio César. O treinador ensaiava uma reta final de pressão intensa pelo tão sonhado gol da classificação do Tsunami à segunda fase da Copa do Brasil.

No entanto, a 10 minutos minutos do fim, o Maricá praticamente entregou a vaga ao dar um gol de presente para o Guarani. O zagueiro e capitão Áthyla, sozinho no campo de defesa, demorou para fazer o passe e acabou desarmado por Lucão do Break. O centroavante apenas avançou e chutou na saída do goleiro Arthur.

O gol foi um balde de água fria nos mandantes, que faziam partida bem superior. A necessidade de virar o jogo em menos de 10 minutos desesperou a equipe, que não conseguia mais articular jogadas com calma e errava passes bobos no campo de ataque. 

Próximos passos

Apesar do nítido desentrosamento diante de um elenco praticamente novo, o Maricá surpreendeu e jogou muito mais que o Guarani - perdido em campo do início ao fim. Não fosse uma falha individual grave, o Tsunami lutaria pela vaga até o fim e, no mínimo, sairia de campo eliminado pelo regulamento, já que o 0 a 0 classifica os visitantes nesta etapa.

Com a eliminação, o Maricá terá ainda mais tempo para se preparar. A equipe só volta a campo em maio para a disputa da Série A2 do Campeonato Carioca. A expectativa é que o Tsunami da Região Oceânica volte a mandar seus jogos no Alzirão, em Itaboraí. O clube disputa também a Copa Rio no segundo semestre.

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